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segunda-feira, dezembro 18, 2006

O Sacrifício de ANNELIESE MICHEL (Emily Rose)

A maior astúcia do Diabo é convencer-nos de que ele não existe.
O filme “O Exorcismo de Emily Rose”, de 2005, dirigido por Scott Derrickson, baseia-se na história real de ANNELIESE MICHEL (1952-1976) (foto ao lado), uma jovem católica alemã que faleceu após a realização de rituais de exorcismo. Os dois padres que realizaram o exorcismo e a própria mãe de Anneliese foram levados a julgamento pela alegação de negligência que teria resultado na morte da jovem. O Caso Klingenberg, como ficou conhecido, terminou com a condenação dos acusados por não terem providenciado o devido tratamento médico, ao optarem por práticas “ingênuas” que supostamente teriam levado à progressiva deterioração das condições físicas de Anneliese.
Uma das perguntas fundamentais do filme em questão é:
“Onde estava Deus que permitiu o sofrimento atroz da jovem Anneliese, possuída por nada menos do que 6 demônios que a atormentavam destruindo sua vida?.
Por que Ele permitiu? Como pôde tolerar esta ação do mal?”
A importância desse questionamento, portanto, é colocar na perspectiva adequada a dúvida que acomete praticamente todo cristão:
- Por que Deus permite que exista o mal? - Por que Deus permite que o mal se manifeste?
Quando compreendemos que o mal existe e se manifesta, podemos resistir a ele. Por outro lado, quando negamos a sua existência, seja através da caracterização do Diabo como superstição tola ou crendice medieval, seja através do sofisticado relativismo moral que anda tão em voga nos meios acadêmicos dominados pelo antropologismo e desconstrucionismo, abandonamos toda possibilidade de fazer frente às suas manifestações e nos rendemos ao horror, à destruição e à perversão.
No filme, a personagem Emily Rose oferece a própria vida para responder a esse mesmo questionamento.
Através da secularização exacerbada, da ridicularização do sagrado e do deboche do espiritual somos levados, constantemente, a abandonarmos nossos referenciais mais profundos de moralidade, a renegarmos nossos laços e estruturas familiares, a zombarmos das tradições que conformam a nossa própria identidade.
Todavia, quem poderá dizer que Deus está morto quando se nos apresenta o Diabo? Quem ainda poderá cair nos contos do materialismo histórico e do niilismo quando somos expostos à nossa própria condição humana?
Eis o mérito do filme Emily Rose.
O sacrifício da personagem do filme, ou melhor, de Anneliese Michel, deve abrir os nossos olhos ao quão limitadas são as nossas concepções e as nossas certezas quando tentamos analisar, através de nosso poderosíssimo instrumental de racionalidade científica, aquilo que pertence a outro domínio, ao domínio do espiritual. Somos arrogantes e ingênuos quando não aceitamos as nossas próprias limitações e optamos simplesmente por negar aquilo que não conseguimos, racionalmente, explicar.
O túmulo de Anneliese Michel, em Klingenberg am Main, é atualmente lugar de peregrinação para muitos cristãos que reconhecem a coragem dessa jovem e são gratos pelo seu sacrifício. Ela nos deixou uma lição de piedade e de abnegação. Uma verdadeira lição de Fé.
É nisso que consiste o ser Cristão.
por Claudio TéllezVice Presidente de Formação e Projetos do CIEEP

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