VIAGEM NO TEMPO
Descobri a viagem no tempo, infelizmente, por enquanto, só para o passado.
É assim que funciona:
Primeiro procuro pela cidade um “boteco”, uns desses barzinhos existente preferivelmente nas regiões onde há concentração de imigrantes, sejam eles , italianos, portugueses, libaneses etc.
Sento-me numa mesa isolada que dê para observar e ouvir todo o ambiente.
Peço, então, uma garrafa de cerveja dessas de vidro, como existiam antigamente.
Acomodo-me e deixo o tempo passar.
Na segunda cerveja, já no finalzinho da tarde, começam a chegar os clientes habituais do boteco.
Geralmente aposentados, que as mulheres enxotam de casa, para não atrapalharem os serviços domésticos.
As pessoas vão se sentando, pedindo comes e bebes e principalmente falando.
E sabem do que falam?
Do passado. Da vida que viveram em outras terras, dos familiares, geralmente já mortos, fofocando de como eram suas virtudes e principalmente defeitos.
Fecho então meus olhos e a viagem ao tempo se inicia.
Vejo as rua de Lisboa do século 19, com as casas amontoadas sobre via estreitas, cobertas de flores, carroças e trabalhadores indo e vindo.
Vejo os vilarejos da Itália, as roupas penduradas sobre a rua em Nápoles, o frenético borbulhar da vida em Roma.
Imagino-me nos bares, restaurantes, visitando as quinta e chácaras com suas parreiras e plantações de azeitona.
Participo de festas barulhentas e usufruo das mesas fartas de vinho, queijos, e frutas típicas.
Vejo meus avos e sinto as dificuldades enfrentadas para sobrevier naquela época.
Com a saída dos fregueses para a janta começo a voltar de meu estado de êxtase, lentamente sinto que voltei à época atual.
O “boteco” vazio deixou de descortinar o passado.
Então volto para casa, mas no dia seguinte, com certeza, voltarei novamente para esta cápsula do tempo.
Então volto para casa, mas no dia seguinte, com certeza, voltarei novamente para esta cápsula do tempo.
Experimentem, voces vão adorar.
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