HISTÓRIA APIMENTADA (proibida para pessoas sensíveis)
Ele era um homem metido a machão.
Em tudo o que fazia procurava ser macho de fato. Usava desodorante Matador da Old spice, perfume amadeirado, vestia roupas surradas, pois afirmava que “roupinhas bonitas” era para menininhas.
Mas do que realmente gostava era de comer pimenta. Desafiava os amigos a trazerem o petisco mais forte e ardido que existisse e o comia cru sem fazer caretas, ou tomar água, mesmo que pegasse fogo por dentro.
Arlindo, esse era seu nome, tinha fama na cidade. Os homens olhavam-no com raiva e as mulheres, bem estas até que apreciavam toda aquela "machisse" .
A mulherada adora macho, credo.
Um dia Arlindo foi visitar uma tia distante e ficou para almoçar.
Josefina pôs na mesa uma farta feijoada.
Arlindo, o macho, foi logo dizendo - e ai tia cadê a pimenta, a mas ardida que tiver.
Josefina, então, serviu um vidro de pimentas vermelhas e avisou.
-Cuidado o padre Ezequias veio almoçar aqui comeu dessa fruta e nunca mais conseguiu fazer sermão.
Arlindo ficou ainda mais animado com a oportunidade de se mostrar perante a tia.
Virou o vidro de pimenta no prato e passou a devorar avidamente.
Na segunda bocada, ficou paralisado, depois começou a suar frio e por último seus olhos quase caíram das órbitas.
Com duas ou três convulsões caiu babando no chão.
Resultado, foi parar no hospital onde permaneceu internado por uma semana a pão, água e soro na veia.
Ao voltar para a cidade, onde morava, mudou totalmente de atitude.
Se vestia com calças justas e camiseta sem mangas, sem falar da chinelinha vermelhinha.
Todos se admiraram com a modificação havida da noite para o dia.
Mas ele explicava.
-Fui iluminadinho….sentí a presença de um ardor interno intenso que me fez ver a coisa de outro lado.
Não sei se a transformação foi boa ou má, mas vou avisando os machos por aí.
CUIDADO COM A PIMENTA.
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