estatistica

domingo, dezembro 04, 2016

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Meu pai era um homem rigoroso.
Não suportava desonestidades ou fanfarronices.
Cuidava de meu caráter com mão de ferro. Mãos de um descente de portugues.
Nunca teve dinheiro sobrando, mas tão só para me dar o sustento básico e educação.
Nunca teve carro e pelo que vi, nem precisou dele. Sempre pagou aluguel, tratando o imóvel alugado tão bem como se fosse próprio.
Fiscalizava meus estudos e me castigava quando ia mal na escola.
Com ele aprendi que os livros eram preciosos e a leitura uma obrigação.
Na minha adolescência devorei a pequena biblioteca que ele tinha em casa.
Nos domingos e feriados religiosos me arrastava para a igreja onde fervorosamente rezava por uma vida melhor.
Naquele tempo eu não o compreendia.
Me revoltava com tanta disciplina.
Achava que ele me prendia, não me deixava ter liberdade.
Mas eu não sabia que ele construía minha personalidade, apontando, do jeito dele, a direção correta na vida.
Agora, quando mais preciso de sua voz, de sua mão rigorosa, não encontro mais.
Quando mais preciso de sua orientação e carinho não a tenho mais.
Que vida malvada… crescemos não dando valor a quem nos corrige e orienta, para na velhice clamarmos pela  a voz do passado.

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