O GALINHEIRO ITALIANO

Minha avó adora a vida no campo.

Comprou uma pequena chácara no interior onde vive rodeada de pequenos animais e de um grande pomar com árvores frutíferas.

A semana passada me telefonou para visitá-la pois havia comprado, diretamente da Itália, um galinheiro maravilhoso e queria me mostrar.

No sábado logo de manhãzinha, peguei meu carrinho e fui até a chácara da gentil velhinha.

Lá chegando fui recebido muito carinhosamente, como sempre e convidado para tomar o café da manhã, por sinal delicioso. A mesa da cozinha, que ficava ao lado de um fogão de lenha, estava repleta com deliciosos queijos de leite de égua e porca.

Pequenos paezinhos recheados com alpiste esquentavam na chapa de ferro do fogão e enchiam o ar com doce cheiro de farinha.

Comi toda aquela guloseima esfamiadamente, enquanto a nona falava pelos cotovelos de sua vida no campo e de seus animais.

Por fim, terminado o banquete me tomou pelo braço e puxou-me em direção ao quintal, onde estava instalado o novo galinheiro, construido em apenas uma hora por diligentes italianos, que vieram do velho continente especialmente para isso.

Ao aproximarmente do fundo do terreno onde estava a edícula pude ver uma construção pintada nas cores da Italia, de onde vinha uma melodia, que me pareceu, no primeiro momento, ser La Traviatta.

Não contendo minha curiosidade corri até a porta do tal galinheiro, que estava aberta, e qual não foi minha surpresa ao ver as todas as galinhas sentadas nos poleiros cantando a plenos pulmões a música imortal de Giuseppe Verdi, enquanto que um pomposo galo as dirigia com uma batuta pendurada no bico.

Ainda não recuperado do susto que me causou a cena, ouvi minha avó dizer muito brava.

Está ai a porcaria que a Italia me mandou, só cantam musicas de Verdi, poderiam variar e cantarem de vez enquando a Tarantella………..