estatistica

domingo, dezembro 04, 2016

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DEVANEIOS...

       O leve frescor, da primavera, nos recorda a infância, época em que corríamos  sobre a grama recém cortada, embalados pela segurança dos pais e pela ingênua fé no futuro.
Recordamos....
O alegre brincar com outras crianças, o céu limpo e as ruas  livres de poluição e sujeira.
A escola....O recreio feliz onde se comia o lanche, pão com banana, ou goiabada, guardado dentro de uma lancheira enrolado em guardanapo de pano.
O fim de tarde na rua correndo atrás de uma  bola de meia, junto com outros moleques.
O jantar, feijão com macarrão....
O anoitecer sentado na varanda olhando o sol se por no horizonte, pintando o céu de vermelho...
A noite cheia de estrelas, com cheiro doce de flores de manacá...
Tempo de sonhos, quando se podia deitar no chão e olhar o firmamento.
Não havia televisão, desta forma podíamos sonhar, lançar o espírito através dos céus e alcançar com ele as estrelas. Vagar pela montanhas da lua, viajar por outros continentes, encontrar pessoas exóticas e animais estranhos, tocar, sentir e viver pelo espírito que transcende a matéria.
As brincadeiras de “faz de conta” nos levavam para as cidades do oeste americano, onde duelávamos com bandidos  e vencíamos, por que tínhamos o ideal de justiça e da decência.
Os livros...Delirávamos com eles, pois acendiam a imaginação com aventuras  do Tarzan nas selvas da África, de Sherlock Holmes com suas inteligentes deduções nos rincões da Inglaterra...
Os gibis com as estórias do Mandrake e Lotar, o mágico que com um passe de mágica imobilizava os delinqüentes. Do inocente Super Homem, que por ser poderoso jamais matava, mas tão só detinha os criminosos de Metrópolis.
Dizem que quando começamos a nos lembrar do passado estamos a um pé da velhice.
Mas não é bem isso.
É a saudades de um tempo mais calmo, mais verdadeiro, mais cheio de graça. 
De quando visitávamos  os nossos parentes. De quando sabíamos quem seria nossa esposa. De quando, se ficássemos doentes, sabíamos quem era o médico que nos iria tratar e de que haveria lugar para nós nos hospitais da cidade....

Fui tirado de meus pensamentos por um pequeno toque nas costas.
- O senhor está passando bem?....Perguntou educadamente um transeunte
- Sim obrigado, só estava sonhando....Retruquei.
Agradecendo mais uma vez ao moço que me acordou eu me afasto com passos  tristes em direção da cidade barulhenta.

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