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quinta-feira, janeiro 12, 2017

MÚSICA - A Lenda de Niccolò Paganini


A Lenda de Niccolò Paganini



Niccolò Paganini nasceu em 27 de outubro de 1782 em Gênova, foi um revolucionário violinista e compositor italiano e tornou-se um dos pilares da moderna técnica de violino.

Paganini não teve uma infância fácil, além de seu pai Antônio Paganini criar seu filho com mãos de ferro e aplicando crueldade ao persistir com Niccolò nas tarefas musicais e castigando-o severamente a cada engano, o menino teve um forte ataque de sarampo que o deixou muito doente, tanto que chegou a ser dado como morto, foi embrulhado em uma mortalha e quase enterrado prematuramente. Acontece que essa doença deixou Paganini doentio pelo resto da vida...

Como era um músico brilhante desde cedo, alcançou grande sucesso muito jovem, mas com o sucesso veio uma vida desregrada e de abusos. Paganini, com apenas 16 anos, chegou a perder tanto dinheiro que precisou por diversas vezes deixar o próprio violino penhorado para poder pagar suas dívidas no jogo. Mas conseguiu se livrar do vício e nunca mais chegou perto de uma mesa de jogo.

Niccolò Paganini tocava brilhantemente! Encantava até os mais experientes músicos e compositores com seu estilo virtuoso. Chegava a ser fora do comum! É aí que chegamos à lenda...Paganini era capaz de tocar à espetacular velocidade de doze notas por segundo! Esse é o tempo que a maior parte dos músicos leva para ler doze notas. Ele também inovou com suas técnicas de memorização; antes dele, todos os violinistas tocavam acompanhados do programa a ser tocado - Paganini, por sua vez, costumava simplesmente subir ao palco com seu instrumento, sacudir seu longo cabelo e pôr-se a tocar. Todo o programa já havia sido memorizado.
Segundo descrição de Castil-Blaze em 1831, Paganini tinha 1,65m de altura, era muito magro, tanto que se asemelhava a linhas longas e sinuosas, de face muito pálida e traços fortes, olhos de águia (escuros e penetrantes), nariz pontiagudo, longos cabelos ondulados que iam até o ombro e um pescoço muito magro... Pudera! Ele viveu a vida toda lutando contra uma enfermidade severa que lhe exigia uma dieta rigorosa e muitas horas de sono. Na época, porém, muitos acreditaram que Paganini tinha vendido a alma ao Diabo em troca de sua perfeição musical.

Houve uma apresentação na Bélgica em que ele foi vaiado. Só mais tarde é que foi descobrir que a causa das vaias foi a lenda sobre sua sociedade demoníaca.


O próprio Paganini conta em uma carta que certa vez, ao tocar as variações intituladas 'le Streghe' (as Bruxas), um indivíduo afirmou que não viu nada de surpreendente em seu desempenho, pois tinha distintamente visto, enquanto Paganini tocava suas variações, o diabo a seu cotovelo, dirigindo seu braço e guiando seu arco, descreveu ainda que o dito cujo vestia vermelho, possuía chifres na cabeça e tinha o rabo entre as pernas. Diante disso, muitos concluíram que aquele indivíduo havia descoberto o segredo dos maravilhosos feitos do violinista. Paganini, ainda na carta, parece compreender todas essas lendas, dizendo: "Minha semelhança para ele era uma prova de minha origem." Ou seja, sua aparência cadavérica provava que era mesmo filho do diabo. (Quase como na estória de O Fantasma da Ópera, não é?!)
Portanto, a face pálida e longa com bochechas ocas (por ter perdido os dentes devido a uma doença), os lábios magros e um sorriso sarcástico, a expressão penetrante dos seus olhos que pareciam como carvões em chamas, lhe deram uma aparência diabólica que tentou muitos dos seus admiradores a circular o rumor de que ele era o filho de um diabo. As pessoas frequentemente se benziam se fossem acidentalmente tocadas por ele. Uma vez, Paganini foi forçado a publicar cartas de sua mãe para provar que ele teve os pais humanos. De qualquer modo, ele despertou temor e terror onde quer que tocasse. Em Paris ele foi chamado Cagliostro; em Praga ele foi julgado por ser o judeu errante original; na Irlanda circulou o rumor que ele tinha chegado à essa terra  no Holandês Voador.

Paganini começou então a "encarnar" a lenda que virara, procurava sempre usar trajes negros e desalinhados para completar a desejada imagem. E suas apresentações realmente surpreendiam. Aos quarenta anos o violinista começou a viajar pela Europa, e suas excentricidades tornaram-se ainda maiores. Chegava aos concertos coberto por um longo manto negro, em uma carruagem puxada por quatro cavalos também negros - e, algumas vezes, demorava a entrar no palco, para depois de longos minutos surgir de súbito e uivar em direção ao público. Os cenários de suas apresentações eram sempre lúgubres e com pouca luz. Em Londres, frequentemente as pessoas cutucavam Paganini com as bengalas para verificar se ele realmente era feito de carne e sangue.
Multidões pagavam preços exorbitantes para assistir as apresentações daquele músico magrelo e feioso. Comerciantes colocavam o nome do ídolo em produtos tão diversos como perfumes e botas. As turnês incluíam as cidades mais importantes da Europa, com destaque para Viena, Milão, Hamburgo, Paris eLondres, onde os lucros foram suficientemente grandes para que o artista ficasse milionário. Sem dúvida, o italiano Nicolò Paganini foi uma espécie de popstar musical do século passado. As apresentações de Paganini resumiam-se quase sempre a composições próprias, sons mágicos retirados do violino. O rosto esquálido contorcia-se, os cabelos negros cacheados agitavam-se, e o arco do violino fazia movimentos inalcançáveis para a maior parte dos músicos da época. Algumas vezes, pelo simples prazer de assombrar, Paganini sacava uma tesoura e cortava três cordas do violino, prosseguindo o concerto somente com uma, a corda sol (G).
Em 1840 Paganini caiu muito doente, e alguns dias antes de sua morte o Bispo de Nice foi chamado ao lado de sua cama, mas Paganini recusou vê-lo, insistindo que ele não estava agonizante, que ainda viveria muito mais tempo . Mas ele morreu, e não houve tempo para os sacramentos finais. Devido à isso a igreja recusou lhe conceder um enterro em campo santo. Só depois de cinco anos da morte de Paganini seu filho, apelando diretamente ao Papa, teve permissão para enterrar o corpo do grande violinista na igreja da aldeia perto de Vila Gaiona.

OUÇA PAGANINI

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