Era uma cidade pacífica no alto de uma montanha.
Pois bem, neste local, surgiu o Profeta Messias.
Veio na forma e estilo de todos os bons Profetas. Barba cerrada, profundos olhos azuis.
Iniciou sua missão pregando ao povo, que se acotovelava no Mercado Municipal. Ali, no meio da rua, gritava em altos brados a necessidade de conversão e do abandono do pecado, brandindo para os fiéis, que não concordassem com ele,o fogo do inferno.
Até ai tudo bem.
Entretanto, Messias extrapolava, pois, afirmava que era a reencarnação de Elias e que sua missão era fundar a nova e verdadeira igreja da Namorada de Cristo.
Dizendo isso, sua voz ressoava pelas ruas apertadas como um trovão.
Talvez alguns munícipes desiludidos com a vida, talvez algumas mulheres em busca de novas emoções, talvez porque o profeta fosse atraente, ficou registrado, que no espaço de um mês ele já contasse com um bom número de adeptos convertidos.
Tudo fez e de tal forma, que nem os padres da cidade, viam a grande colheita de almas, que se fazia sob suas fuças.
Após algum tempo a nova igreja já se achava instalada num pequeno barracão, na periferia da cidade.
É interessante notar, que o número de mulheres na igreja era imensamente maior do que o dos homens e com o passar do tempo, como por encanto, todos eles se afastaram, só ficando um cupincha do profeta, que era também administrador da comunidade.
O culto levado a efeito na igreja era “sui generis”. Após fechar a porta e todas as janelas, Messias dava início a uma cantoria acompanhada de rebolados e contorções do corpo pela assistência. No entender dele essa dança era para chamar o “Espírito Pleno”. De repente no meio daquela folia ouvia-se a voz do profeta dizendo: - Roupas fora.
Então todas as mulheres da assembléia arrancavam suas vestes e rolavam no chão, algumas nuas como vieram ao mundo. O profeta e seu único discípulo também tiravam a roupa e rolavam gostosamente entre elas.
Uma vergonha, como nunca se viu !
Aos poucos Messias foi revelando a finalidade de sua igreja, que era: encontrar a mãe para o segundo salvador.
Adivinhou-se então, que tal escolha deveria ser muito rigorosa. Todas as mulheres da igreja seriam selecionadas da forma mais tradicional possível, ou seja, pela experimentação !
Essa revelação fez com que inúmeras fiéis pegassem suas filhas e se afastassem correndo da igreja.
Outras, entretanto, acabaram desejando ardentemente que a escolha recaísse sobre elas.
Depois da revelação o profeta Messias, renovou com ímpeto a seleção de moças e matronas, para a segunda mãe de “Deus”. A seleção feita por ele foi de tal forma rigorosa, que ao cabo de dois meses se encontrava totalmente depauperado, magro, que de tão cansado andava desmaiando durante os cultos.
As mulheres da congregação, por outro lado, demonstravam sinais de uma vitalidade marcante. Algumas até haviam engordado visivelmente, esbanjando saúde e bem estar.
Depois de muitas “sessões espirituais “, nas quais se misturava sexo e religião, o profeta escolheu a futura mãe do Salvador. A preferência recaiu sobre Rosa uma mocinha inocente fiel dos ensinamentos do Mestre.
Passados cinco meses, houve um surto de mulheres grávidas na igreja. Aos maridos mais desconfiados elas se desculpavam dizendo haver sido obra do “Espírito Pleno” .
Os maridos sentindo os chifres colocados pelo profeta, reuniram-se e foram até a igreja para falar com o pastor garanhão.
Indagado dos fatos, Messias com a maior cara de pau, renovou a eles as prédicas, que vinha fazendo, arrematando com as palavras, que eles deveriam se sentir felizes, por ter em seus lares futuramente a figura do Salvador !
Então um dos homens presentes indagou: - Mas o redentor não é um só? no presente caso inúmeras mulheres estão grávidas. De qual nascerá o Salvador?
Messias sem perder a pose de profeta disse-lhes: - Na hora do nascimento vocês saberão... Vocês saberão...
Alguns dos homens não aceitaram bem a explicação do enviado divino e quiseram modificar a feição dele, fazendo-lhe uma plástica sem instrumentos nem anestesia. O profeta depois de muito apanhar, com grande dificuldade, se safou pela porta traseira do salão divino.
As notícias sobre as “Noivas do Salvador” se espalharam rapidamente pela cidade. Moças e senhoras da sociedade local, logo começaram a ser maldosamente comentadas, como possíveis discípulas do ministro.
As mulheres grávidas eram vistas com desconfiança. Seria a criança, que carregavam, fruto do safado?
Esposas, até então virtuosas, foram injustamente agredidas simplesmente porque estavam grávidas, embora nem mesmo conhecessem Messias.
Enfim, uma confusão tão grande se formou naquela comunidade temente a Deus, que o Bispo se viu obrigado a intervir fazendo ver a seu rebanho, que o profeta Messias era falso, que somente fazia tapear o povo e comer as mulheres da cidade.
Messias vendo a coisa esquentar para o seu lado, fez suas malas e fugiu a pé..
O rebanho sem seu pastor se dispersou...
As devotas voltaram à sua vida cotidiana, algumas com saudades do profeta, pois, ele as fizera ter magníficos êxtases de “espiritualidade”.
Meses depois, o escrevente do Cartório de Registro Civil da comarca notou um súbito aumento no registro de crianças recém-nascidas com o nome de Messias....
Vai ver que é moda, pensou....
Mas as mulheres, que deram à luz na época sabiam que o profeta, apesar de tudo, deixara sua semente.
JC Moitas
Pois bem, neste local, surgiu o Profeta Messias.
Veio na forma e estilo de todos os bons Profetas. Barba cerrada, profundos olhos azuis.
Iniciou sua missão pregando ao povo, que se acotovelava no Mercado Municipal. Ali, no meio da rua, gritava em altos brados a necessidade de conversão e do abandono do pecado, brandindo para os fiéis, que não concordassem com ele,o fogo do inferno.
Até ai tudo bem.
Entretanto, Messias extrapolava, pois, afirmava que era a reencarnação de Elias e que sua missão era fundar a nova e verdadeira igreja da Namorada de Cristo.
Dizendo isso, sua voz ressoava pelas ruas apertadas como um trovão.
Talvez alguns munícipes desiludidos com a vida, talvez algumas mulheres em busca de novas emoções, talvez porque o profeta fosse atraente, ficou registrado, que no espaço de um mês ele já contasse com um bom número de adeptos convertidos.
Tudo fez e de tal forma, que nem os padres da cidade, viam a grande colheita de almas, que se fazia sob suas fuças.
Após algum tempo a nova igreja já se achava instalada num pequeno barracão, na periferia da cidade.
É interessante notar, que o número de mulheres na igreja era imensamente maior do que o dos homens e com o passar do tempo, como por encanto, todos eles se afastaram, só ficando um cupincha do profeta, que era também administrador da comunidade.
O culto levado a efeito na igreja era “sui generis”. Após fechar a porta e todas as janelas, Messias dava início a uma cantoria acompanhada de rebolados e contorções do corpo pela assistência. No entender dele essa dança era para chamar o “Espírito Pleno”. De repente no meio daquela folia ouvia-se a voz do profeta dizendo: - Roupas fora.
Então todas as mulheres da assembléia arrancavam suas vestes e rolavam no chão, algumas nuas como vieram ao mundo. O profeta e seu único discípulo também tiravam a roupa e rolavam gostosamente entre elas.
Uma vergonha, como nunca se viu !
Aos poucos Messias foi revelando a finalidade de sua igreja, que era: encontrar a mãe para o segundo salvador.
Adivinhou-se então, que tal escolha deveria ser muito rigorosa. Todas as mulheres da igreja seriam selecionadas da forma mais tradicional possível, ou seja, pela experimentação !
Essa revelação fez com que inúmeras fiéis pegassem suas filhas e se afastassem correndo da igreja.
Outras, entretanto, acabaram desejando ardentemente que a escolha recaísse sobre elas.
Depois da revelação o profeta Messias, renovou com ímpeto a seleção de moças e matronas, para a segunda mãe de “Deus”. A seleção feita por ele foi de tal forma rigorosa, que ao cabo de dois meses se encontrava totalmente depauperado, magro, que de tão cansado andava desmaiando durante os cultos.
As mulheres da congregação, por outro lado, demonstravam sinais de uma vitalidade marcante. Algumas até haviam engordado visivelmente, esbanjando saúde e bem estar.
Depois de muitas “sessões espirituais “, nas quais se misturava sexo e religião, o profeta escolheu a futura mãe do Salvador. A preferência recaiu sobre Rosa uma mocinha inocente fiel dos ensinamentos do Mestre.
Passados cinco meses, houve um surto de mulheres grávidas na igreja. Aos maridos mais desconfiados elas se desculpavam dizendo haver sido obra do “Espírito Pleno” .
Os maridos sentindo os chifres colocados pelo profeta, reuniram-se e foram até a igreja para falar com o pastor garanhão.
Indagado dos fatos, Messias com a maior cara de pau, renovou a eles as prédicas, que vinha fazendo, arrematando com as palavras, que eles deveriam se sentir felizes, por ter em seus lares futuramente a figura do Salvador !
Então um dos homens presentes indagou: - Mas o redentor não é um só? no presente caso inúmeras mulheres estão grávidas. De qual nascerá o Salvador?
Messias sem perder a pose de profeta disse-lhes: - Na hora do nascimento vocês saberão... Vocês saberão...
Alguns dos homens não aceitaram bem a explicação do enviado divino e quiseram modificar a feição dele, fazendo-lhe uma plástica sem instrumentos nem anestesia. O profeta depois de muito apanhar, com grande dificuldade, se safou pela porta traseira do salão divino.
As notícias sobre as “Noivas do Salvador” se espalharam rapidamente pela cidade. Moças e senhoras da sociedade local, logo começaram a ser maldosamente comentadas, como possíveis discípulas do ministro.
As mulheres grávidas eram vistas com desconfiança. Seria a criança, que carregavam, fruto do safado?
Esposas, até então virtuosas, foram injustamente agredidas simplesmente porque estavam grávidas, embora nem mesmo conhecessem Messias.
Enfim, uma confusão tão grande se formou naquela comunidade temente a Deus, que o Bispo se viu obrigado a intervir fazendo ver a seu rebanho, que o profeta Messias era falso, que somente fazia tapear o povo e comer as mulheres da cidade.
Messias vendo a coisa esquentar para o seu lado, fez suas malas e fugiu a pé..
O rebanho sem seu pastor se dispersou...
As devotas voltaram à sua vida cotidiana, algumas com saudades do profeta, pois, ele as fizera ter magníficos êxtases de “espiritualidade”.
Meses depois, o escrevente do Cartório de Registro Civil da comarca notou um súbito aumento no registro de crianças recém-nascidas com o nome de Messias....
Vai ver que é moda, pensou....
Mas as mulheres, que deram à luz na época sabiam que o profeta, apesar de tudo, deixara sua semente.
JC Moitas
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