Foi naquela semana de lua cheia, que Nicanor começou a desconfiar que era um Lobisomem.
Ao voltar do serviço observara o satélite prateado, pendurado no céu quando sentiu despertar dentro de si algo animal, maldoso, uma sensação de que tinha de destruir, estraçalhar....
Ao chegar em casa, comeu a janta - preparada por Maria , sua mulher, com muito amor - de modo selvagem, guloso, fazendo barulho de um cachorro morto de fome devorando osso!
Nem bem jantara saltou sobre a esposa mantendo relações sexuais com ela ali mesmo sobre a mesa, espalhando pratos e talheres por todo o chão da cozinha.
Foi uma coisa pavorosa, animal, totalmente maluca, mas até que Maria gostou...
Pensava: “ - puxa meu homem me ama desesperadamente, isso sim que é macho...”
Coitada, não sabia ainda o que estava por vir até o fim daquela estranha semana.
Não satisfeito pela selvajaria cometida, foi para o meio do quintal e se pôs a gritar como um possesso. Era um animal ,batendo no peito como um gorila.
Os vizinhos, diante do barulho e da gritaria, chamaram a polícia, pensando que um crime estava sendo cometido na casa ao lado.
Até que a polícia chegasse passaram-se mais de duas horas e Nicanor após tanta estrepolia, já dormia no sofá a sono solto.
A mulher atendeu os oficiais dispensando-os com a desculpa, de que apenas houvera uma discussão doméstica sem dano algum.
Na manhã seguinte, Nicanor acordou assustado por haver dormido na sala. Maria nada falou com vergonha do que havia acontecido à noite.
Nossa ! - pensou : - Nem minha mãe nem minhas amigas falaram de um comportamento tão louco de um homem. Será que isso faz parte do casamento?
Nicanor não se lembrava de nada, só de que tinha dormido como um anjo.
Outro dia de trabalho. O homem era chofer de caminhão fazendo entregas por toda a cidade.
Trabalho pesado e tenso, mas ele gostava e era o que importava.
As l9,00 horas, ao largar do serviço, tomou o ônibus em direção ao lar e a viu novamente, pendurada no céu com sua luz branca leitosa, mexendo com o Nicanor.
Ele olhava para a luz apaixonado, deliciado por sua claridade fria e gostosa.
Lembrou-se então da noite anterior exitado.
Nem bem desceu do ônibus, próximo a sua casa e uma fome avassaladora lhe assaltou.
Fome de carne ! Um bife mal passado escorrendo sangue !....
A fome era tanta que lhe doía violentamente o estômago. Achou que não daria para esperar a janta. Deveria saciar imediatamente sua necessidade orgânica.
Enquanto pensava passou na sua frente o gato de Da. Joana, a vizinha do começo da rua, Nicanor não teve dúvidas ! Passou a mão no bichano e lhe matou a mordidas no mesmo instante, ali no meio da rua.
O sangue do animal escorreu por seu queixo e sujou toda a camisa, mas Nicanor não parou. Mastigou sem dó nem piedade o pescoço da pequena vítima.
Cometido o desatino, jogou os restos do animal em um terreno vazio no local.
Passada a fome maluca que lhe consumia, deu conta que se encontrava sujo de sangue. Não pensou duas vezes tirou a camisa e a jogou no mato junto com os restos do bicho.
Ao chegar em casa, sem a camisa e todo desalinhado, Maria perguntou apavorada: - Mas o que aconteceu homem?
- Nada apenas fui assaltado e me levaram a camisa ! O jantar está pronto? - retrucou.
Diante do fato inusitado Maria assustada argumentou: - Se o presidente não tomar providencias logo os ladrões vão roubar até suas cuecas .
Nicanor não deixou por menos: comeu o jantar e depois como sobremesa Maria. O jantar na mesa e Maria no quintal, a pleno céu aberto ! A sensação de Maria foi tão grande que no momento do gozo berrou como uma possessa. Os vizinhos apavorados com o violento estrebuchar, chamaram novamente a polícia.
Quando os “homens” chegaram encontram Nicanor e a mulher abraçados na varanda em frente à casa.
Mais uma vez foram dispensados ! Alarme falso.
No dia seguinte, Nicanor estava demais! Corria com o caminhão, fechava carros e até pedestres e quando chamado à atenção respondia com gritos mal educados.
Adorou o trabalho...
A noite chegou rápida, mas naquele crepúsculo havia muita poluição na cidade e a luz da Lua não conseguiu furar a bruma fumacenta.
Nicanor voltou triste para o lar.
Chegando encontrou Maria toda arrumada perfumada, ansiosa por mais um ato de sexo selvagem, mas o marido estava apagado, literalmente para baixo. Nem comeu o jantar, alegou que estava cansado e com sono. Sentou-se na frente da televisão e dormiu.
Maria chateada tirou a roupa sensual que havia colocado e também foi dormir.
Os vizinhos ficaram frustados, não precisaram chamar a polícia.
A poluição tomou conta totalmente da cidade.
A fumaça era tanta que não se via o alto dos prédios.
O serviço de meteorologia disse que a inversão térmica iria durar todo o resto da semana.
Nicanor foi ficando murcho caído e na sexta feira à noite deitou na cama, não saindo dela até o domingo à tarde.
O cansaço lhe moera o corpo.
A poluição só começou a se dispersar na segunda feira, ocasião que a lua cheia também se esvaziou perdendo por mais um mês sua majestade noturna.
Nicanor voltou a ser o cidadão bom, honesto e chato de sempre.
E Maria ? Bem, ela com saudades daqueles dias atribulados. Perguntava-se “quando Nicanor voltaria a ser o animal insaciável e maluco, que lhe dera tanto prazer? “. A sua resposta só seria respondida na próxima lua cheia, se a poluição permitisse evidentemente.....
Ao voltar do serviço observara o satélite prateado, pendurado no céu quando sentiu despertar dentro de si algo animal, maldoso, uma sensação de que tinha de destruir, estraçalhar....
Ao chegar em casa, comeu a janta - preparada por Maria , sua mulher, com muito amor - de modo selvagem, guloso, fazendo barulho de um cachorro morto de fome devorando osso!
Nem bem jantara saltou sobre a esposa mantendo relações sexuais com ela ali mesmo sobre a mesa, espalhando pratos e talheres por todo o chão da cozinha.
Foi uma coisa pavorosa, animal, totalmente maluca, mas até que Maria gostou...
Pensava: “ - puxa meu homem me ama desesperadamente, isso sim que é macho...”
Coitada, não sabia ainda o que estava por vir até o fim daquela estranha semana.
Não satisfeito pela selvajaria cometida, foi para o meio do quintal e se pôs a gritar como um possesso. Era um animal ,batendo no peito como um gorila.
Os vizinhos, diante do barulho e da gritaria, chamaram a polícia, pensando que um crime estava sendo cometido na casa ao lado.
Até que a polícia chegasse passaram-se mais de duas horas e Nicanor após tanta estrepolia, já dormia no sofá a sono solto.
A mulher atendeu os oficiais dispensando-os com a desculpa, de que apenas houvera uma discussão doméstica sem dano algum.
Na manhã seguinte, Nicanor acordou assustado por haver dormido na sala. Maria nada falou com vergonha do que havia acontecido à noite.
Nossa ! - pensou : - Nem minha mãe nem minhas amigas falaram de um comportamento tão louco de um homem. Será que isso faz parte do casamento?
Nicanor não se lembrava de nada, só de que tinha dormido como um anjo.
Outro dia de trabalho. O homem era chofer de caminhão fazendo entregas por toda a cidade.
Trabalho pesado e tenso, mas ele gostava e era o que importava.
As l9,00 horas, ao largar do serviço, tomou o ônibus em direção ao lar e a viu novamente, pendurada no céu com sua luz branca leitosa, mexendo com o Nicanor.
Ele olhava para a luz apaixonado, deliciado por sua claridade fria e gostosa.
Lembrou-se então da noite anterior exitado.
Nem bem desceu do ônibus, próximo a sua casa e uma fome avassaladora lhe assaltou.
Fome de carne ! Um bife mal passado escorrendo sangue !....
A fome era tanta que lhe doía violentamente o estômago. Achou que não daria para esperar a janta. Deveria saciar imediatamente sua necessidade orgânica.
Enquanto pensava passou na sua frente o gato de Da. Joana, a vizinha do começo da rua, Nicanor não teve dúvidas ! Passou a mão no bichano e lhe matou a mordidas no mesmo instante, ali no meio da rua.
O sangue do animal escorreu por seu queixo e sujou toda a camisa, mas Nicanor não parou. Mastigou sem dó nem piedade o pescoço da pequena vítima.
Cometido o desatino, jogou os restos do animal em um terreno vazio no local.
Passada a fome maluca que lhe consumia, deu conta que se encontrava sujo de sangue. Não pensou duas vezes tirou a camisa e a jogou no mato junto com os restos do bicho.
Ao chegar em casa, sem a camisa e todo desalinhado, Maria perguntou apavorada: - Mas o que aconteceu homem?
- Nada apenas fui assaltado e me levaram a camisa ! O jantar está pronto? - retrucou.
Diante do fato inusitado Maria assustada argumentou: - Se o presidente não tomar providencias logo os ladrões vão roubar até suas cuecas .
Nicanor não deixou por menos: comeu o jantar e depois como sobremesa Maria. O jantar na mesa e Maria no quintal, a pleno céu aberto ! A sensação de Maria foi tão grande que no momento do gozo berrou como uma possessa. Os vizinhos apavorados com o violento estrebuchar, chamaram novamente a polícia.
Quando os “homens” chegaram encontram Nicanor e a mulher abraçados na varanda em frente à casa.
Mais uma vez foram dispensados ! Alarme falso.
No dia seguinte, Nicanor estava demais! Corria com o caminhão, fechava carros e até pedestres e quando chamado à atenção respondia com gritos mal educados.
Adorou o trabalho...
A noite chegou rápida, mas naquele crepúsculo havia muita poluição na cidade e a luz da Lua não conseguiu furar a bruma fumacenta.
Nicanor voltou triste para o lar.
Chegando encontrou Maria toda arrumada perfumada, ansiosa por mais um ato de sexo selvagem, mas o marido estava apagado, literalmente para baixo. Nem comeu o jantar, alegou que estava cansado e com sono. Sentou-se na frente da televisão e dormiu.
Maria chateada tirou a roupa sensual que havia colocado e também foi dormir.
Os vizinhos ficaram frustados, não precisaram chamar a polícia.
A poluição tomou conta totalmente da cidade.
A fumaça era tanta que não se via o alto dos prédios.
O serviço de meteorologia disse que a inversão térmica iria durar todo o resto da semana.
Nicanor foi ficando murcho caído e na sexta feira à noite deitou na cama, não saindo dela até o domingo à tarde.
O cansaço lhe moera o corpo.
A poluição só começou a se dispersar na segunda feira, ocasião que a lua cheia também se esvaziou perdendo por mais um mês sua majestade noturna.
Nicanor voltou a ser o cidadão bom, honesto e chato de sempre.
E Maria ? Bem, ela com saudades daqueles dias atribulados. Perguntava-se “quando Nicanor voltaria a ser o animal insaciável e maluco, que lhe dera tanto prazer? “. A sua resposta só seria respondida na próxima lua cheia, se a poluição permitisse evidentemente.....
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