O Robin Hood dos Ricos
Existia um país, onde a vida se desenvolvia às avessas. Os conceitos morais e sociais eram a antítese dos preceitos cristãos em vigor no resto do mundo.
Naquele local, a corrupção, o roubo e os maus costumes eram a norma imperativa. Os ricos recebiam benefícios do Estado, que por sua vez, espoliava os mais pobres. As leis eram feitas de forma a incrementar a concentração de renda nas mãos dos poderosos.
Nesse país, as escolas governamentais gratuitas eram freqüentadas pelos mais ricos, que assim, tinham melhores condições para disputar o mercado de trabalho. Os pobres, se quisessem, tinham que tentar pagar um alto preço nas instituições particulares.
Enfim, um reino onde os ricos sempre estavam mais ricos e os pobres, cada vez mais miseráveis. Apesar dessa situação, o povo não reclamava.
Nessa terra, morava D. Duarte de Azevedo, um rico empresário, dono de bancos e de almas...
D. Duarte não estava satisfeito com o atual estado das coisas. Achava que os milionários e os ricos deveriam fazer alguma coisa para melhorar seu nível de vida. "Imaginem - dizia ele - Há ricos que ainda não possuem sequer um iate !".
Ficava indignado quando via algum pobre diabo progredindo. Saía logo a denunciá-lo às coortes do governo, dizendo que o infeliz, por certo, havia roubado algum rico desavisado. No entanto, ficava mais bravo ainda, quando o governo não tomava providências para colocar aquele "cidadão de segunda categoria" na cadeia.
Tanto fez que chegou à conclusão que deveria tomar medidas mais enérgicas para dar fim àquele estado de coisas. Iria se rebelar contra o poder constituído...Fazer justiça com as próprias mãos...Seria o Robin Hood moderno e imporia, pela força , a ordem naquele país.
Como primeira providência, D. Duarte vendeu tudo o que tinha.
Feito isso, mudou-se de seu belíssimo apartamento, para uma mansão localizada numa região nobre da capital do país.
Reservou um quarto da casa, para guardar o disfarce, com o qual iria praticar seus atos de guerrilha. Comprou um potente carro preto, que usaria para "patrulhar" as ruas. Assim, com um verdadeiro "Q.G." instalado, pôs em prática seu plano diabólico. À noite, com seu motorista na direção e armado com duas pistolas automáticas de grosso calibre, rodava pela cidade assaltando os pobres, que voltavam do trabalho. Tirava-lhes carteiras, sapatos, relógios, blusas e, por vezes, até as calças. Não satisfeito, passou a assaltar as casas que ficavam vazias enquanto os proprietários trabalhavam levando o que conseguisse carregar.
Com o tempo foi se sofisticando: Montou, em nome de um testa de ferro, um local para revenda do material roubado. O dinheiro que arrecadava, destinava-se a um fundo secreto, que usava para comprar iates, casas na praia e financiar viagens ao exterior
Decorridos doze meses de "trabalho" intenso, D. Duarte, começou a ser procurado por outros milionários, querendo colaborar com seu trabalho. Dessa forma, as noites da capital do país, foram assoladas por uma horda de "justiceiros", assaltando sem parar. Os pobres e miseráveis já não podiam sair de seus barracos sem serem roubados.
A situação alcançou nível nacional e chegou a tal ponto, que a pequena representação política dos esfomeados começou a pressionar o governo, exigindo que desse um fim nesse estado de coisas. O país ameaçava entrar em guerra civil, estava em eminente colapso social. O povo ameaçava parar de trabalhar e o espólio dos ricos e poderosos estava ameaçado.
O governo embora satisfeito com o aumento da riqueza dos poderosos e a diminuição da renda "per capita" dos pobres do país, colocou, então, a polícia nas ruas, recomendando antes, que evitassem prender os ricos.
Dessa data em diante, D. Duarte e sua vasta legião de seguidores, começaram a ter seus movimentos cercados pela guarda, que sempre que encontrava um deles, fazia com que voltasse para casa, impedindo o assalto, mas prendendo a infeliz vítima, por ser vagabundo e não ter residência fixa.
Um dia um "absurdo" aconteceu. Enquanto D. Duarte assaltava um homem do povo, este se revoltou e reagiu, lutando contra o agressor. No meio da luta uma das pistolas de D. Duarte disparou, atingindo-o mortalmente. A polícia tomou conhecimento do fato, levou o corpo para junto dos parentes e prendeu o assaltado por homicídio doloso. Antes de ser julgado, o pobre coitado levou uma surra brutal da polícia, falecendo e sendo sepultado como indigente.
No dia seguinte, os jornais de todo o país notificavam que o Robin Hood estava morto. O enterro foi muito concorrido. Magnatas e celebridades de todo o país estavam presentes. O Presidente do Conselho Governamental veio representando o 1º Ministro. O corpo foi enterrado numa capela suntuosa, situada no cemitério. Sobre o descomunal altar da capela, colocou-se, cerimoniosamente, uma placa dourada com a inscrição: "Aqui jaz um grande homem, que lutou pela exterminação da miséria e engrandecimento dos ricos”
Existia um país, onde a vida se desenvolvia às avessas. Os conceitos morais e sociais eram a antítese dos preceitos cristãos em vigor no resto do mundo.
Naquele local, a corrupção, o roubo e os maus costumes eram a norma imperativa. Os ricos recebiam benefícios do Estado, que por sua vez, espoliava os mais pobres. As leis eram feitas de forma a incrementar a concentração de renda nas mãos dos poderosos.
Nesse país, as escolas governamentais gratuitas eram freqüentadas pelos mais ricos, que assim, tinham melhores condições para disputar o mercado de trabalho. Os pobres, se quisessem, tinham que tentar pagar um alto preço nas instituições particulares.
Enfim, um reino onde os ricos sempre estavam mais ricos e os pobres, cada vez mais miseráveis. Apesar dessa situação, o povo não reclamava.
Nessa terra, morava D. Duarte de Azevedo, um rico empresário, dono de bancos e de almas...
D. Duarte não estava satisfeito com o atual estado das coisas. Achava que os milionários e os ricos deveriam fazer alguma coisa para melhorar seu nível de vida. "Imaginem - dizia ele - Há ricos que ainda não possuem sequer um iate !".
Ficava indignado quando via algum pobre diabo progredindo. Saía logo a denunciá-lo às coortes do governo, dizendo que o infeliz, por certo, havia roubado algum rico desavisado. No entanto, ficava mais bravo ainda, quando o governo não tomava providências para colocar aquele "cidadão de segunda categoria" na cadeia.
Tanto fez que chegou à conclusão que deveria tomar medidas mais enérgicas para dar fim àquele estado de coisas. Iria se rebelar contra o poder constituído...Fazer justiça com as próprias mãos...Seria o Robin Hood moderno e imporia, pela força , a ordem naquele país.
Como primeira providência, D. Duarte vendeu tudo o que tinha.
Feito isso, mudou-se de seu belíssimo apartamento, para uma mansão localizada numa região nobre da capital do país.
Reservou um quarto da casa, para guardar o disfarce, com o qual iria praticar seus atos de guerrilha. Comprou um potente carro preto, que usaria para "patrulhar" as ruas. Assim, com um verdadeiro "Q.G." instalado, pôs em prática seu plano diabólico. À noite, com seu motorista na direção e armado com duas pistolas automáticas de grosso calibre, rodava pela cidade assaltando os pobres, que voltavam do trabalho. Tirava-lhes carteiras, sapatos, relógios, blusas e, por vezes, até as calças. Não satisfeito, passou a assaltar as casas que ficavam vazias enquanto os proprietários trabalhavam levando o que conseguisse carregar.
Com o tempo foi se sofisticando: Montou, em nome de um testa de ferro, um local para revenda do material roubado. O dinheiro que arrecadava, destinava-se a um fundo secreto, que usava para comprar iates, casas na praia e financiar viagens ao exterior
Decorridos doze meses de "trabalho" intenso, D. Duarte, começou a ser procurado por outros milionários, querendo colaborar com seu trabalho. Dessa forma, as noites da capital do país, foram assoladas por uma horda de "justiceiros", assaltando sem parar. Os pobres e miseráveis já não podiam sair de seus barracos sem serem roubados.
A situação alcançou nível nacional e chegou a tal ponto, que a pequena representação política dos esfomeados começou a pressionar o governo, exigindo que desse um fim nesse estado de coisas. O país ameaçava entrar em guerra civil, estava em eminente colapso social. O povo ameaçava parar de trabalhar e o espólio dos ricos e poderosos estava ameaçado.
O governo embora satisfeito com o aumento da riqueza dos poderosos e a diminuição da renda "per capita" dos pobres do país, colocou, então, a polícia nas ruas, recomendando antes, que evitassem prender os ricos.
Dessa data em diante, D. Duarte e sua vasta legião de seguidores, começaram a ter seus movimentos cercados pela guarda, que sempre que encontrava um deles, fazia com que voltasse para casa, impedindo o assalto, mas prendendo a infeliz vítima, por ser vagabundo e não ter residência fixa.
Um dia um "absurdo" aconteceu. Enquanto D. Duarte assaltava um homem do povo, este se revoltou e reagiu, lutando contra o agressor. No meio da luta uma das pistolas de D. Duarte disparou, atingindo-o mortalmente. A polícia tomou conhecimento do fato, levou o corpo para junto dos parentes e prendeu o assaltado por homicídio doloso. Antes de ser julgado, o pobre coitado levou uma surra brutal da polícia, falecendo e sendo sepultado como indigente.
No dia seguinte, os jornais de todo o país notificavam que o Robin Hood estava morto. O enterro foi muito concorrido. Magnatas e celebridades de todo o país estavam presentes. O Presidente do Conselho Governamental veio representando o 1º Ministro. O corpo foi enterrado numa capela suntuosa, situada no cemitério. Sobre o descomunal altar da capela, colocou-se, cerimoniosamente, uma placa dourada com a inscrição: "Aqui jaz um grande homem, que lutou pela exterminação da miséria e engrandecimento dos ricos”
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